domingo, 8 de setembro de 2013

Das vezes que nos perdemos de nós mesmos...

"Está difícil reencontrar meu EU, meu eixo...já com ele havia me perdido de mim mesma e agora já não sei onde me encontrar, me busco, me procuro em cada mínima fresta e ainda assim não estou lá...onde poderia estar?
 
Tolo pode parecer ainda amar quem tão brutalmente destruiu meu coração, sabendo ainda de todos os medos e receios que este já guardava...neste momento não faz diferença se amo a ideia de quem ele era, o cavalheiro em meu resgate ou se amo o ínfimo ser que ele foi se tornando...ao meu confuso e disfuncional coração só resta a certeza de que ele se abriu e começou a amar de novo...
 
Guerreando dentro de mim estão outras mil de mim mesma, perdidas, sem eixo também...nada dentro de mim pode me ajudar...cada centímetro se perdeu e embaralhou com centímetros dele e agora não sabem mais a quem pertencem...sim...nós apesar de tudo, em algum momento ainda que breve, fomos um, e nessa separação perdi tanto e por isso não me encontro!
 
Há revolta, há pânico e pesar, há dor profunda da tristeza, há pensamentos sombrios, há raiva, mas tem também saudade, carência, amor ferido, amor próprio e o amor que tenho ou tinha ou sempre terei por ele? Sempre usei uma frase que diz: Enquanto houver Amor, haverá Esperança! - Mas eu não quero que haja esperança porque o pouco de razão que me resta me diz o quão ele não me merece, dessa forma como digo ao meu coração e a cada pedaço de mim que não deve mais existir amor? Assim do dia pra noite? Que não sou mais amada como pensei ser, que voltei a estaca -1 e me sentindo o bicho mais solitário e asqueroso de todos, que afasta os que ama, que quando se permite se perde de si, que quando se deixa amar cai em queda livre tal qual previa mas não quis escutar...
 
Meus sentimentos se dividem em partes...tenho raiva da espiritualidade baixa e vil...penso se talvez eu não devesse lutar para libertá-lo de tal influência...aí sinto raiva de mim por pensar em salvar quem não hesitou em me destruir...sim, porque há partes de mim, pequenos caquinhos que jamais serão encontrados, como em cada fracasso passado, sempre perco um pouco de mim em cada esperança infundada...
 
Dormir também se tornou um tormento de pesadelos e falsas profecias...ele me impedindo de buscar minhas coisas, dando a entender que voltaríamos...o problema do sono é que nem sempre é Morpheu que nos recebe nas galerias dos sonhos, as vezes tenho a sensação que atravesso o rio de Hades em tortuosos pesadelos...
 
Nada mais é um bálsamo...e tudo que tínhamos em comum, ah, as musicas celtas, as músicas que ele tocava e tocaria...como lidar com essas lembranças e com as cenas que se tornariam lembranças se lá ele estivesse e não estará...como não me lembrar da ausência dele?

Mais fácil falar do que não dói em mim...desde a alma até o físico tudo parece doer, estar cansado, exaurido das contorções do choro, do esforço dos soluços, das lágrimas que não se contém...
 
Novamente eu perdi mais que um amor, eu perdi uma vida planejada, eu detesto perder planos, eu não suporto ver minha vida sendo mudada a minha revelia a todo instante, ao bel prazer do universo e não, eu não sei como retomar isso, como me refazer, como planejar sozinha, porque eu prego a solidão mas não sei viver com ela...
 
Cansei de me ver sofrer, de  me fazer sofrer e de deixar com que me façam sofrer, inafortunadamente cansaço não me ensina como evitar tudo isso e por mais que eu queira eu não enxergo nada além, nada a minha volta, nada a minha frente, tudo é vazio, escuro e frio...e dizem que uma hora passa, que um hormônio age, que um dia cansa estar assim, que de repente o prumo volta, certo, até concordo porque já aconteceu comigo, mas há de se ter ciência também que uma hora o corpo e a mente cansam, que os hormônios não se produzem mais, que essa vez pode ser a vez em que a gente não se recupera, que dessa vez pode ser isso e apenas isso!"

sábado, 7 de setembro de 2013

"E tange e range...
 É áspero e exaspera...
 E dói a dó dos nós que na garganta ficaram
 Que amarguraram...
 Morre algo em mim
 A cada lembrança de momentos por fim de inconstância...
 Os muros voltam a subir, a ponte está sendo içada...
 E dessa vez, de uma vez por todas não será novamente baixada!"