sábado, 19 de fevereiro de 2011

Na Vastidão do meu Ser...

Tenho fases, momentos só meus, dores só minhas, sonhos idealizados unicamente por mim, tudo isso é muito solitário, não ter com quem sonhar, com quem dividir uma dor mútua...

Minha dor é solitária, aplacada vez ou outra por um abençoado ombro amigo, mas ainda assim a dor persiste...
O sonho negado é sonhado na vastidão do meu ser...

Meus momentos felizes, tristes, surpreendentes, aventureiros são compartilhados apenas com o tempo ou uma maquina fotográfica, por sorte em alguns destes tenho rostos amigos, mas a maior parte passo na individualidade da "Sabrina" que conservo e necessito ter, mas não todo o tempo...
Uma única vez senti sonhar os mesmos sonhos com alguém, mas tempos depois os sonhos e promessas viraram fumaça e lágrimas...

Por isso nunca me permitia planos, sonhos, pois sabia que se os tivesse teria de sonhá-los e planejá-los sozinha ainda que pudesse arcar com eles, mas preferia não abrir margem...mas sem que eu pudesse controlar abriu-se precedente e de repente meu coração sonhava planos frágeis, trêmulos e por fim inférteis... Não queria nada além de meus Amigos a meu lado, minha Casa, um Amor que sonhasse comigo os mesmos sonhos e claro meu bebê...apenas isso, não parecia ser muito, mas tornou-se a minha Montanha inatingível...

Confesso que este está sendo meu pior Inferno Astral (mês que precede o aniversário), confesso que me desiludi e decepcionei mais neste mês do que provavelmente a vida toda, em vários aspectos de minha vida...

Amigas se transformaram em algozes...me feriram demais, a Alma não cicatriza fácil...


Sonhos ou melhor, um Sonho me foi negado mais de uma vez por Deus, enquanto o mesmo "sonho" é concedido a milhares de mulheres varias e varias vezes e sejamos conscientes nem todas mereciam essa benção, mas as tem mesmo assim...

Cai...Desabei...me sinto dolorida na alma, no coração, na mente, tudo dói...
Dores da alma ninguém pode ver, e são tão fortes que escorrem pelos olhos, sem parar...quando penso melhorar vejo uma cena, um momento que não é meu, a revolta surge e então as lágrimas rolam...

Sou jovem ainda, ouço isso de todos, amigos tão amáveis, tenho tempo ainda, ouço tambem, mas meus queridos não sinto assim, e quem bem me conhece sabe que o meu "sentir" é embasado, é fato...
Resta-me voltar ao antigo padrão, resignar-me, abdicar-me e não sonhar sonhos impossíveis, não planejar planos em terreno infértil, voltar a ser apenas a Amiga, Profissional e Filha, e não esperar mais ser a Mãe...contentar-me em ser a tia, a madrinha...contentar-me em ouvir: titia, dinda...mas nunca mamãe...como eu dizia e infelizmente estava certa: "isso não é pra mim" apesar de no meu mais profundo eu desde garotinha cultivar as escondidas ter a maior das bençãos...mas claramente tal benção Deus não preparou pra mim...

E meus queridos infelizmente nada pode diminuir essa dor e essa certeza íntima que me assombra desde sempre, sonhei mas não devia...melhor estava em minha defensiva extremada, ao menos a dor dessa rejeição não conhecia...
Precisava exprimir em letras as lágrimas que rolam sem parar...é uma forma de tentar diminuir um pouco esse imenso vazio...

Meu desejo mais profundo neste momento é retirar-me de cena, recolher-me com meus anseios frustrados, olhos inchados e peito inflado pela dor...não sei neste momento ver cenas casuais nas ruas sem debulhar-me em lágrimas indagando a Deus porque ela e não eu? Porque todas elas e não eu? Porquês e mais porquês...

Cheguei ao ponto de precisar exilar-me, pra poupar meu coração de mais dor, e não espero entendimento e compreensão de todos, nem mesmo de ninguém, só quem já sentiu esse vazio sabe, vazio que só um alguém preenche, um "alguém" que Deus não manda...
Tudo de uma vez foi demais...cansei de "negativos", cansei de pedir, de rezar, de implorar, de tentar aceitar e esquecer...

Como se ignora um vazio tão grande que te toma por completo?


(Artigo/Desabafo de 19/02/11)


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Na Vastidão do meu Ser... de Sabrina Joicy Santos é licenciado sob uma Licença Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported.
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